VIDA DE SANTO AMARO

Vivemos na era da tecnologia, da internet, do empoderamento, somos a geração mais informada, nunca a ciência evoluiu tanto como nos tempos atuais, entretanto, nunca antes o número de suicídios foi tão grande, nem houve uma sociedade tão depressiva, ansiosa e conturbada quanto a nossa.

 Vemos pessoas gritando aos quatro cantos que trabalham para acabar com a família e modificar a natureza humana, os homens jamais presenciaram tantos abortos como em nossos dias, os cristãos são cada vez menos livres para se expressar, a humanidade está doente, por se distanciar do verdadeiro amor. presenciamos, enfim, a decadência da sociedade ocidental.

 No passado, quando a sociedade começou a ruir, com a queda do império romano do ocidente, Deus suscitou São Bento e seus discípulos para preservar a cultura e converter os corações pagãos e heréticos à Nosso Senhor Jesus Cristo. Enquanto todas as organizações caíam por terra, a igreja se manteve viva, e foi ela que construiu a sociedade ocidental. Os mosteiros beneditinos tiveram um papel fundamental neste processo de reconstrução social, eram eles os detentores da cultura, e seu trabalho preservou os escritos antigos que chegaram até nossos dias. Dentre os seguidores de São Bento, Santo Amaro foi possivelmente o que teve maior destaque no processo de reconstrução cultural e na salvação das almas, ele é, pois, um modelo a ser seguido para que possamos ser sal e luz do mundo, resgatando os valores cristãos na vivência da santidade. Este grande devoto da Santa Cruz, é modelo para os jovens de todos os tempos e a solução para os problemas da Terra de Santa Cruz, nosso amado Brasil.

São Bento

“Houve um varão de vida venerável, Bento tanto pela graça quanto pelo nome, que desde a infância possuía um coração maduro.”1 foi ele quem guiou o jovem Amaro nos caminhos do Senhor, sendo para ele um pai, tanto espiritual, quanto afetivo.

 Bento é natural de Núrsia, na Itália, nasceu em uma família nobre. Ainda, jovem foi enviado para estudar em Roma, mas ao ver a decadência moral da cidade resolve fugir para uma pequena cidade, onde realiza seus primeiros milagres, para escapar da fama de milagreiro e evitar a vanglória e a vaidade ele se recolhe numa gruta, na região de, ali foi descoberto por um monge chamado Romano2 que lhe impôs o hábito de monacal e o alimentava.

 Com o passar do tempo Bento foi descoberto por caçadores e homens que passavam por aquela floresta, eles logo o tornaram famoso na região, ao ponto de um grupo de monges convidar São Bento a ser seu Abade, pedido no qual, foi aceito apenas após grande insistência, pois o Santo, relutante, não gostou da ideia. Como previsto pelo homem de Deus, tais monges não aguentaram viver sob a direção de Bento, pois  queria uma vida libertina. Para voltarem a antiga forma de viver envenenaram uma taça de vinho e ofereceram a Bento, porém, ao abençoar a bebida, antes de consumi-la saiu dela uma serpente que foi sinal claro de que os demais monges queriam envenená-lo.    Assim, Bento os abandonou, fundou  doze mosteiros, não sem dificuldade, e criou uma regra monástica.3 São Bento não tinha a intenção de criar uma ordem religiosa tal como conhecemos hoje, mas o Espírito Santo fazer com que assim o fosse, sobretudo por intermédio de Santo Amaro, então naturalmente foi estabelecida a ordem beneditina e posteriormente, durante um período da idade média, todos os monges passaram a viver sob a regra de Bento.

Infância

Filho do senador romano Eutíquio e de Júlia, Amaro nasceu no ano 512, desde a mais tenra idade dava sinais de santidade, a3pesar de jovem ele possuía uma grande maturidade. Ao ouvir sobre os milagres que São Bento realizava, Eutíquio resolve confiar Amaro aos cuidados Bento. Assim, unindo-se a Tértulo, que também desejava entregar seu filho ao venerável patriarca, viaja de Roma à Subíaco, onde foram bem recebidos por São Bento. Santo Amaro, ainda adolescente, começou a auxiliar São Bento.  Sob os cuidados de São Bento, Santo Amaro crescia rapidamente no caminho de santidade.

Eutíquio era amigo do Abade Bento de Núrsia, e conhecia o seu trabalho com os jovens que desejavam estudar e se aprofundar na fé, por isto decidiu que o filho iria para lá. Amaro foi confiado a são Bento, juntamente com seu primo Plácido, que também foi canonizado. Estes fatos foram relatados por São Gregório Magno nestes termos: ” Foi também por aquele tempo que Evício e Tértulo…, lhe entregaram seus filhos Mauro e Plácido, os quais davam grandes esperanças; O Jovem Mauro dotado de muitos bons costumes, passou a ser o auxiliar de seu mestre.”

A visão do demônio puxando um monge

São Gregório Magno narra que em um mosteiro, um monge não conseguia se manter recolhido em oração, assim que os demais irmãos se inclinavam para rezar, saía fora e se entretia com as coisas terrenas e passageiras. Tal homem foi advertido muitas vezes por seu Abade que pediu a São Bento para ajudá-lo a manter-se fiel.

 São Bento discretamente reparou que um demônio arrastava o monge para fora, puxava ele pela barra da roupa e disse baixinho ao superior do monastério, que se chamava Pompeiano, e ao servo de Deus Amaro: Estais vendo quem é que arrasta para fora aquele monge? Pompeiano e Amaro não conseguiam ver o demônio, mas após um período de oração Amaro conseguiu ver o demônio que atormentava o monge. Para curar o monge da cegueira do coração e da tentação do demônio, Bento, surrou-o com uma vara. Desde aquele dia o homem não mais sofreu o engano do demônio.

A intercessão de Santo Amaro junto a São Bento

Um homem, pobre de espírito, buscou pela vida monástica até que conseguiu ingressar no mosteiro de São Bento. Então, certo dia São Bento deu-lhe uma foice e o ordenou que fosse limpar um terreno para que ali fizessem uma horta. Ele foi, e como roçava com tanto rigor as moitas de espinho, ocorreu que o corte da ferramenta soltou-se do cabo e caiu a beira do lago em que estava e afundou muito abaixo do que poderia recuperar. Triste, correu até Amaro e se penitenciou  pela perda que tivera. Depois do ocorrido Amaro foi falar com São Bento que, tomando o suporte do corte e mergulhando-o no lago, recuperou o corte que havia afundado.

Correndo sobre as Águas

Um dia o menino Plácido saiu para buscar água no lago, e ao mergulhar descuidadamente a vasilha que trazia consigo, perdeu o equilíbrio e caiu também na água. A correnteza o afastou para longe da margem. São Bento, mesmo não estando no local ficou sabendo do ocorrido e chamando Santo Amaro disse-lhe: “Corre irmão Mauro, corre que o menino que foi buscar água caiu no lago e já a corrente o leva e o arrasta para longe.”

E aconteceu algo admirável, depois de pedir a benção Santo Amaro correu o mais rápido que pode e sem perceber já estava correndo sobre a água até o lugar onde a correnteza havia levado o menino. Pegou o menino e voltou com ele, quando tocou novamente na terra olhou para trás, percebendo que havia caminhado sobre as águas; viu que tinha feito o algo que jamais imaginou fazer.

Cura um mudo e aleijado

 Alguns exemplos de milagres operados pelo santo, foram relatados pelo monge  Fausto, que acompanhou São Mauro para a França e mais tarde escreveu sua biografia, tal biografia foi reescrita por Odo de Granfeiuil, séculos após a morte de Santo Amaro. Os milagres  eram invariavelmente feitos pelo sinal da Cruz, e da relíquia da verdadeira Cruz, que ele havia levado para a França.

Quando São Mauro, na época prior da abadia de  Monte Cassino , voltava com os irmãos da colheita dos campos, encontrou um menino mudo e aleijado, acompanhado de seus pais. Quando o pai e a mãe do menino se lançaram aos pés do Santo e imploraram que curasse o filho de suas enfermidades, São Mauro, tendo se dedicado por algum tempo à oração, impôs à cabeça do menino sua estola levítica. , pois ele era um diácono, e fez o sinal da Cruz sobre ele, dizendo-lhe: “Em nome da Santíssima e indivisa Trindade, e apoiado pelos méritos do Santíssimo Padre Bento, eu vos convido a levante-se, fique de pé e seja curado. ” E imediatamente o menino se levantou, andou e em alta voz louvou e glorificou a Deus.

O envio de santo Amaro, à França e a Cura do Vigário

Um certo vigário, Ardenard, tinha sido enviado por Inocêncio, o bispo de Mans, para Monte Cassino, a fim de cumprir a petição de  São Bento para enviar alguns monges para a França, O escolhido para a missão foi Amaro, que chefiou com outros quatro monges.

No caminho de volta, em Vercella, o Vigário caiu de cabeça de uma escada alta, no lugar onde ele estava hospedado. Seu corpo estava tão esmagado pela queda que sua vida corria risco. O recurso foi recorrer a Santo Amaro, que estava em oração no oratório. Movido pelas sinceras súplicas de seus irmãos, e a miséria do homem doente, o santo lançou-se prostrado aos pés do altar, derramando a sua alma em oração fervorosa, foi até a cabeceira do doente. Tendo exposto a relíquia da Cruz, ele fez o sinal da cruz sobre cada parte do braço desde o ombro até os dedos, dizendo:

“Ó Deus, o Criador de todas as coisas, Você ordenou que o seu único filho devesse ter a carne da Virgem Maria pelo poder do Espírito Santo para a restauração de seu povo, e você se dignou  curar as feridas e enfermidades de nossas almas pela redenção realizada em cima da lenha sagrada e gloriosa da Cruz vivificante: Você também através deste sinal poderoso pode restaurar a saúde ao teu servo “.

Quando sua oração terminou, toda a inflamação do braço do vigário, como um sangue e pus, começou a fluir fora de três locais diferentes em seu braço, e o seu braço ficou curado.

Cura um servo que teve a perna esmagada e morte de Santo Amaro

Enquanto continua sua jornada e chega aos Alpes, um dos servos, Sergius, passeando a cavalo, caiu do cavalo e bateu a perna contra uma rocha enorme, e assim esmagou-a deixando como se fosse uma massa machucada.

Ao que Santo Amaro foi até o infeliz, pegou sua perna esmagada com a mão esquerda, e com a direita fez o sinal da cruz sobre ela, dizendo: “Em nome de Deus onipotente, levanta-te e sê curado”,  e imediatamente, para a alegria de todos, a perna esmagada foi totalmente curada.

Devolve a vista a um cego

Em sua viagem à Galia, atual França, Santo Amaro e seus companheiros entraram  em uma igreja, para orar. Na porta da igreja estava um certo homem que havia nascido cego, pedindo esmolas daqueles que entravam e saíam do edifício. O cego foi avisado que Amaro, o discípulo de São Bento, havia ali chegado, pois a fama de sua santidade já o precedera.

 Quando Amaro e seus companheiros tinham terminado suas orações e deixado a igreja, eles encontraram o homem cego ajoelhado no chão, implorando ao Santo para obter-lhe por suas orações à luz de seus olhos. Santo Mauro lhe pediu para se levantar, e pressionando os dedos de sua mão direita sobre os olhos dele, imprimiu sobre eles o sinal da santa cruz, então, o cego instantaneamente obteve sua visão.

Morte de Santo Amaro

Ao chegar na França, Santo Amaro, fundou a famosa abadia de Glanfeuil, primeiro mosteiro beneditino do país. sobre o qual ele governou como abade por cerca de 38 anos, até que por volta do ano 581, renunciou do cargo e construiu para si uma pequena cela perto da igreja de São Martinho, de modo que com muita penitência e oração, ele pudesse se preparar para sua passagem para a vida eterna.

Aos setenta e dois anos, Santo Amaro contraiu uma doença, epidemia que havia se instalado no mosteiro, levando à morte muitos religiosos. Ele agonizou durante meses, morrendo em 15 de janeiro de 584. Foi sepultado na igreja de São Martinho, no Mosteiro de Glanfeuil. Atualmente suas relíquias estão na Cripta da Capela do Mosteiro de Monte cassino, na Itália. A Igreja o canonizou e a festa de Santo Amaro acontece no dia de sua morte. A partir de 1962, o seu primo, São Plácido, passou a ser celebrado no mesmo dia.

Na igreja da abadia de Saint-Sauveur de Glanfeuil, foi encontrada uma  cruz de inspiração céltica, chamada de cruz de Santo Amaro. A cruz recebe este nome, pois supostamente foi inspirada por Santo Amaro.

Seu simbolismo bíblico é esclarecido pela leitura da Primeira Carta de São João:

Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, pois Deus é Amor. Nisto se manifestou o amor de Deus por nós: Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo para que pudéssemos viver por ele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas ele que nos amou e que enviou o seu Filho como vítima de propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus nos amou assim, nós também devemos amar uns aos outros. Deus, ninguém nunca viu isso. Se nos amamos, Deus habita em nós, em nós o seu amor se cumpre. Por isso sabemos que estamos nele e ele em nós: ele nos deu do seu Espírito. E nós, contemplamos e testificamos que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo. Quem confessa que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus. E reconhecemos o amor que Deus tem por nós e acreditamos nisso. Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele. Quanto a nós, amor, já que ele nos amou primeiro. Se alguém diz: “Amo a Deus” e odeia o irmão, é mentiroso: quem não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus a quem não vê. Sim, esta é a ordem que dele recebemos: que quem ama a Deus ame também a seu irmão. reconhecemos o amor que Deus tem por nós e acreditamos nele. Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele. Quanto a nós, amor, já que ele nos amou primeiro. Se alguém diz: “Amo a Deus” e odeia o irmão, é mentiroso: quem não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus a quem não vê. Sim, esta é a ordem que dele recebemos: que quem ama a Deus ame também a seu irmão. reconhecemos o amor que Deus tem por nós e acreditamos nele. Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele. Quanto a nós, amor, já que ele nos amou primeiro. Se alguém diz: “Amo a Deus” e odeia o irmão, é mentiroso: quem não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus a quem não vê. Sim, esta é a ordem que dele recebemos: que quem ama a Deus ame também a seu irmão. (Jo. 4,7-16,19-21)

O círculo central que dá consistência a todo o resto quer fazer pensar em Deus: o círculo, o infinito de Deus, mas também o Deus da Aliança (aliança)

Os braços da cruz desenhados em forma de coração por um entrelaçamento contínuo fazem pensar no amor. Teríamos assim a afirmação: “Deus é amor” Os corações parecem brotar do círculo a partir da sua fonte: “O amor vem de Deus. “

O retorno ao centro do círculo: “Quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele. “

O quadrado formado pelo reencontro dos corações no círculo evoca a Comunidade Cristã que é a Igreja, reunida no e pelo amor de Deus, segundo o mandamento do Senhor: «Amai-vos como Eu vos amei. “

A Igreja torna-se assim o início da Cidade do Céu, a nova Jerusalém de que nos diz o Apocalipse: «Ela desenha um quadrado» (Ap 21,16).

Esta Cruz fala também do duplo movimento de toda a vida cristã: a captação de recursos em Deus, através da oração e da contemplação “Fica em mim” (Jo 15,4), e a missão para fora, de dizer ao mundo da Presença. E do Amor de Deus: “Vá! … Sereis minhas testemunhas ”(Ac. 1,8).

Congregação beneditina de Santo Amaro

 No final do século 16, os mosteiros beneditinos na França haviam caído em desorganização e frouxidão. Na Abadia de Saint-Vanne em Verdun (Meuse), uma reforma foi iniciada por Dom Didier de La Cour, e se estendeu a outras casas na Lorena; 1604 viu o estabelecimento da congregação reformada de Saint-Vanne, cujos membros mais ilustres foram Ceillier e Calmet. A partir de setembro de 1610 (autorização real), várias casas francesas se juntaram à nova congregação, mas como Lorena ainda era independente da coroa da França, foi considerado desejável criar no mesmo modelo outra congregação para a França. Em agosto de 1618, o rei Luís XIII assinou as cartas patentes autorizando a ereção de uma nova congregação beneditina sob o patrocínio de São Mauro, primeiro discípulo de São Bento e, segundo a tradição, introdutor de seu governo na Gália.

Santo Amaro foi escolhido como padroeiro desta congregação por ter introduzido a regra de São Bento e por ter sido o maior exemplo de obediência a São Bento, seu pai espiritual.

A maioria dos mosteiros beneditinos na França, com exceção daqueles que pertenciam a Cluny, gradualmente se juntou à nova congregação, que atingiu seu auge nos anos de 1690-1700 com 190 mosteiros divididos em 6 províncias (França, Normandia, Bretanha, Gasconha, Chezal-Benoît e Bourgogne).

A congregação foi abolida em 1790 e os monges dispersos durante a Revolução, o último superior geral (dom Ambroise Chevreux) com quarenta de seus monges morrendo em Paris no cadafalso.

ORAÇÃO A SANTO AMARO

Excelso padroeiro Santo Amaro, que merecestes em vida alcançar de Deus o poder de curar doenças corporais, em virtude das relíquias da Santa Cruz de Cristo, nós vos suplicamos que intercedais por nós junto ao pai eterno, a fim de que, em virtude da mesma Santa Cruz, sejam debeladas e extintas todas as nossas enfermidades corporais e espirituais;

 Curai a cegueira do Nosso coração (Fazer pedido). Nós vos suplicamos que por vossa intercessão a sagrada Cruz de Cristo produza em nós sempre maiores frutos de santidade e participação da Santa Missa, para a vida eterna. Amém

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